Não há impedimento legal para o cadastro positivo, diz
presidente da Serasa
Enquanto se discute no legislativo a aprovação do projeto
de lei do cadastro positivo, o presidente da Serasa Experian
América Latina, Francisco Valim, afirmou, nesta terça-feira
(28), que não há impedimento para se implantar a lista que
contém dados sobre o histórico de crédito dos consumidores.
"Hoje já temos o arcabouço legal desenvolvido para a
implantação do cadastro. A lei é para acelerar o processo",
afirmou durante a palestra "A Importância do Cadastro
Positivo", que aconteceu em evento de tendências do mercado
imobiliário, realizado pelo Secovi-SP (Sindicato da
Habitação).
Questionado sobre o que falta para a implantação do
cadastro, tendo em vista que não há impedimento legal, ele
disse que é uma disposição do mercado. "Em outros países,
isso começou com os bancos", afirmou.
Prazo
De acordo com Valim, ao longo deste ano, ou no máximo em
2010, poderemos ver o funcionamento do cadastro positivo no
Brasil. "Nunca estivemos tão próximos". Apesar disso,
comparado com outros países, o Brasil está atrasado quanto a
essa questão. Das 20 maiores economias do mundo, é o único
país sem o cadastro positivo.
Em relação aos benefícios que o cadastro trouxe em outros
países, Valim apontou o aumento do acesso ao crédito nos EUA
de 40% dos consumidores para 80% dos consumidores, a entrada
da baixa renda nesse mercado no México, a maior difusão do
crédito na Alemanha, que passou a conceder três vezes a
média mundial, e também na China, onde o crédito já
representa 150% do PIB (Produto Interno Bruto).
O cadastro começaria segundo explicou, com o
compartilhamento de dados das empresas sobre a tomada de
crédito dos consumidores. No setor da construção civil, as
próprias construtoras poderiam fazer isso. No caso da baixa
renda, que não costuma ter histórico de crédito em bens de
alto valor, as informações poderiam ser dadas pelo varejo em
geral.
|