Hardware de Mac é prato-feito sem miséria, de PC é à la carte
Dizem que discussões sobre política, futebol e religião são
infindáveis, mas podemos aí incluir algumas questões
tecnológicas também. Talvez a mais infinita se é que podemos
medir o infinito das discussões seja a batalha Mac contra PC,
mais especificamente entre os Macmaníacos e os PCzistas.
Mas, como diz o velho ditado, um peso, duas medidas. No
quesito hardware, os Mac são Vênus de Milo enquanto os PCs são
Frankensteins. Não é um elogio seguido de uma crítica, embora a
Apple goste de investir em beleza, curvas e design. O que isso
quer dizer é que os computadores da Apple têm arquitetura
fechada enquanto os concorrentes em questão são mais abertos.
Os iMacs, Mac Minis, MacBooks, enfim, a família Apple toda
chega ao consumidor em um pacote fechado. Em tese, a memória, o
processador, placas e demais acessórios estão dentro da máquina
como se não devessem ser tocados. Na verdade, isso nem é
necessário as máquinas são robustas o suficiente para que o
usuário fique por muito tempo sem ter problemas ou sentir-se
obsoleto. Não é fácil, por exemplo, encontrar um iMac novo com
algo inferior a um processador Core 2 Duo de 2,4 GHz, 1 GB de
RAM e 250 GB.
Já um PC, tal qual o monstro criado por Mary Shelley e
popularmente chamado de Frankenstein (embora não tivesse nome,
no livro em questão), pode ser montado aos poucos. Do ponto de
vista de hardware, é possível comprar um modelo pé-de-boi e, aos
poucos, incrementar memória, processador, placa-mãe e as
diversas placas, como vídeo e áudio.
A Apple se aproxima dessa opção de simplicidade no Mac Mini,
um computador que não é vendido com monitor, nem com teclado,
nem mouse, nem nada: somente uma caixa onde você liga o
componente que você quiser desde que compatível de qualquer
marca, incluindo as mais baratas.
Essa opção mais barata da Apple passa dos R$ 2 mil. Nos PCs,
onde a montagem pode ser completa, por R$ 800, por exemplo, é
possível adquirir um CPU com processador de 2,1GHz, 2 GB de RAM
e disco de 250 GB. Depois dessa configuração inicial, pode-se
incluir mais memória, optar por um processador mais possante ou
incluir uma placa de vídeo poderosa, aos poucos.
Com o preço desses artefatos de hardware caindo a cada dia e
com a invasão de mercadorias dos mercados orientais e técnicos
que realizam upgrades e instalação, essa tática sai barata. E
mais: acompanha o bolso do usuário, que vai incrementando a
máquina à medida que precisa e que o bolso permite.
Em resumo, é possível chegar a altas potências sem muita
diferença de preço tanto com um PC como com um Mac. No primeiro,
você pode aos poucos construir a sua supermáquinas, a partir de
uma mais básica. No segundo, você compra o prato feito, mas a
potência vem de uma vez por um preço alto, mas sem necessidade
de atualizações constantes de hardware.