LEI DE CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA ENTRA EM VIGOR ESTE MÊS
Esta lei
institui o crime de apropriação indébita previdenciária,
caracterizado pela falta de repasse à Previdência, na forma
e prazo devidos, das contribuições recolhidas de contribuintes,
as descontadas do pagamento de seus empregados e de terceiros e as integrantes
de despesas contábeis. Também é considerado apropriação
indébita previdenciária deixar de pagar ao segurado os benefícios
já reembolsados pela Previdência à empresa, caso do
salário-família, por exemplo. Em outras palavras, a partir
do próximo dia 17, o empresário que não repassar
à Previdência, no prazo previsto, os valores descontados
de seus empregados será considerado criminoso se for autuado pela
fiscalização. A pena prevista para este crime é de
2 a 5 anos de reclusão e multa. Para não deixar o empresário inadimplente sem saída, a nova lei isenta da punição, no crime de apropriação indébita, o contribuinte que declarar, confessar e quitar os débitos espontaneamente, antes que eles sejam detectados pela fiscalização. Já no crime de sonegação de contribuições previdenciárias, basta apenas declarar e confessar a dívida para que o Estado perca o poder de punir. De acordo
com o advogado criminalista, professor de direito penal e coordenador
do Centro de Atendimento Jurídico da Uniban Campus ABC
Dr. Carlos Gianfardoni, só estará sujeito às penas
da lei no 9.983 o empresário que não cumprir com suas obrigações
previdenciárias a partir do próximo dia 17. "Nenhuma
lei penal pode retroagir para prejudicar o réu e, por isso, as
dívidas com a Previdência contraídas até esta
data serão tratadas como sempre foram", esclarece. Ao ser indagado
se a lei no 9.983 não seria mais um fator inibitório à
contratação de funcionários, uma vez que os empresários
já se queixam dos custos indiretos dos empregados, o criminalista
afirmou que, sob este aspecto, a medida pode ser nociva e conclui: "Uma
reforma tributária realmente efetiva seria uma solução
melhor pois, sem a taxação excessiva, haveria menos sonegação
e mais empregos".
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