Com novas regras do celular, cliente não precisará mais cumprir
carência de planos
O tema nove do regulamento, que traz as novas regras para
telefonia celular, vigentes a partir do dia 13/02, traz
benefícios a consumidores que queiram mudar de plano dentro da
própria operadora. Conforme o texto, "não existe mais prazo de
carência para troca, por iniciativa do usuário". Na avaliação da
Fundação Procon de São Paulo, esse benefício vale inclusive para
contratos firmados até o dia 12/02.
"Essa é uma questão bastante polêmica, mas, a princípio, vale
para todo mundo", afirmou Fátima Lemos, técnica de defesa do
consumidor da entidade. Procurada pela reportagem, a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) não se manifestou sobre o
assunto.
Carência x fidelização
O tema em questão esclarece a distinção entre prazos de
carência e de fidelização. O de carência é exatamente aquele em
que o cliente de serviço pós-pago opta por um certo pacote de
minutos e não pode rescindir o contrato em um prazo determinado,
sob pena de aplicação de multa.
Já o de fidelização consiste em desconto e promoções que a
operadora fornece ao consumidor, como, por exemplo, aparelhos
celulares com preço mais em conta. O consumidor não pode migrar
para outra prestadora em um período pré-acordado, desde que não
seja superior a 12 meses. "Antes, havia contratos que firmavam
um período de 24 meses, até mais", contou Fátima.
Comparação de contas
Outro ponto abordado no documento de regulação obriga a
empresa a fornecer ao consumidor, quando solicitada, comparação
entre o valor gasto nos últimos três meses em seu plano de
minutos com relação ao valor gasto que teria, nos respectivos
meses, em outro pacote oferecido pela prestadora. "Assim ficará
mais fácil economizar, porque mostrará o perfil de gasto",
explicou.
A impossibilidade de serem cobradas ligações efetuadas 60
dias antes da apresentação da fatura também foi motivo de
comemoração. "Antes era permitido o prazo de 90 dias. O perigo
de ter um tempo tão longo assim é a empresa não cobrar nenhuma
ligação em determinado mês - fazendo com que a pessoa tenha que
pagar a mensalidade fixa - e cobrar todas as ligações depois,
ultrapassado o pacote contratado e gerando prejuízos",
adicionou.
Atualmente, são mais de 120 milhões de linhas registradas no
serviço de telefonia móvel brasileiro. Desse total, 20% se
referem a contas pós-pagas.