Os contribuintes do Imposto de Renda tiveram praticamente dois meses para entregar suas declarações. No entanto, entre uma desculpa e outra, muitos acabaram perdendo o prazo e agora terão que arcar com os elevados encargos pelo atraso.
Planejamento é a palavra de ordem
Além do inconveniente do pagamento da multa, ao declarar após o prazo você ainda acaba levando mais tempo para receber o dinheiro da restituição do imposto pago a mais no ano-base da declaração.
Isto sem falar na corrida contra o relógio para enviar o documento em tempo, mas sem sucesso, pois os sistemas da Receita Federal costumam ficar congestionados com a aproximação da data-limite da entrega.
Diante disto, fica claro que a forma correta para acertar as suas contas com o Fisco no prazo adequado é apenas se planejar ao longo do ano, mantendo tudo em ordem para não se atrapalhar na época. Veja nossas dicas para não ter que lamentar novamente no próximo ano.
Papelada em ordem
Muitas despesas são dedutíveis do IR, como gastos com saúde, educação, contribuições previdenciárias, com dependentes, doações a determinadas entidades, pagamento de pensão alimentícia, Livro-caixa etc.
Partindo do princípio que a maioria delas tem periodicidade mensal, imagine quantos recibos e notas fiscais você não terá que procurar se deixar tudo para última hora mais uma vez?
Portanto, trate de organizar tudo desde já, separando os recibos por categoria para facilitar consultas futuras. Não esqueça dos recibos de pagamento do carnê-leão, quando for o caso.
Cobre os Informes de Rendimentos
Os Informes de Rendimentos são essenciais para facilitar a declaração de IR. Nestes documentos, empregadores, outras fontes pagadoras, Previdência Social e bancos, por exemplo, resumem tudo o que foi pago a você, as contribuições feitas, saldo de contas etc. Ou seja, servem para compilar dados que certamente você teria trabalho se tivesse que procurar um por um.
Os documentos são obrigatórios. Caso não receba até o final de fevereiro (as declarações começam a ser enviadas sempre em março), entre em contato com o responsável e exija explicações.
Simule o preenchimento
A Receita costuma liberar com antecedência uma versão teste da declaração do IR para um determinado ano. Aproveite esta fase e simule o preenchimento da sua declaração, escolhendo a melhor forma de envio, se pelo modelo simplificado ou completo.
Como a entrega só é liberada em março, você tem liberdade total para fazer os testes sem o medo de declarar algum dado de forma errada. Assim, você estará pronto para declarar entre os primeiros contribuintes, garantindo o recebimento mais rápido da sua restituição do imposto, se houver, é claro.
O que muda em 2006
Não se esqueça que, desde 1º de janeiro, vigora a nova tabela do IR, corrigida em 10%. As mudanças não chegaram a atingir as declarações de 2005, pois tratam dos rendimentos auferidos no ano passado, quando ainda valia a antiga tabela.
Entretanto, a partir de 2006, lembre-se que os novos valores serão considerados na sua declaração. O teto de isenção do imposto, por exemplo, sobe de R$ 1.058 por mês para R$ 1.164, enquanto na tabela anual ele passou de R$ 12.696 para R$ 13.968.
O mesmo vale no caso das despesas dedutíveis, que também foram ajustadas em 10% a partir deste ano. Com isto, os gastos mensais de até R$ 117 com dependentes, R$ 2.198 por ano com educação, a parcela isenta de até R$ 1.164 dos aposentados com mais de 65 anos de idade, serão dedutíveis na declaração do IR 2006. Até dezembro estes valores eram de, respectivamente: R$ 106, R$ 1.998 e R$ 1.058.
Na declaração simplificada, o desconto padrão de R$ 9,4 mil sobre o rendimento tributável para se definir a base de cálculo do IR, também sobe para R$ 10,3 mil.
O tempo é grande. Acertar as contas com o Leão agora só em 2005, mas não custa nada começar desde hoje em se tornar um contribuinte para organizado e cuidadoso com suas obrigações. O esforço vai valer a pena. Boa sorte!
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