A carga tributária brasileira já consome quase 40% do valor agregado, ou seja, todos os gastos usados para transformar a matéria-prima em produto final, das empresas brasileiras. Nos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, esse índice não ultrapassa 30%, e o retorno social é extremamente mais elevado.

O dado consta do estudo “A insuportável carga tributária empresarial brasileira”, elaborado pelos tributaristas Gilberto do Amaral e João Eloi Olenike, ambos do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).

O setor mais prejudicado, de acordo com o estudo, é o industrial, em que a carga atinge 44,18%, seguida pela carga das companhias de energia elétrica, que chega a 41,45%, e de comunicações, com 40,39%.

De acordo com o estudo, as indústrias estão sobrecarregadas: hoje são responsáveis por 28,66% da arrecadação do ICMS dos estados, por 21,79% de toda a arrecadação do País, ou 7,87% do PIB.

Nas micros e pequenas empresas, que deveriam ter uma carga tributária mais suave, o peso é de 23,03%, índice superior ao das instituições financeiras (22,8%) e de administração de bens próprios (17,96%).

Em todos os setores, houve elevação da carga tributária em 2003, ante os resultados de 2002, principalmente devido às mudanças na Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS). “Quanto mais a empresa agrega valor ao produto, com mão-de-obra e tecnologia, mais tributos paga”.