Fazenda engaveta unificação do PIS e Cofins
Na luta contra a alta carga tributária, a Fenacon e o Sescon São
Paulo, representando todo o Sistema Fenacon, em parceria com o
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) atuaram
contra a unificação do PIS e Cofins. A proposta, que estava em
análise pelo governo, resultaria em um aumento de R$ 35,2 bilhões na
carga tributária do setor de serviços, conforme estudo apresentado
em novembro deste ano, em São Paulo.
De acordo com matéria publicada no Jornal O Estado de S. Paulo, no
dia 16 de dezembro, o Ministério da Fazenda engavetou a unificação
de dois dos principais tributos brasileiros, o PIS e Cofins. A
Fenacon comemora mais essa vitória da categoria.
Confira a matéria na íntegra:
Unificação do PIS/Cofins está entre os projetos engavetados
Limites na ampliação de gastos e redução de receita seriam as razões
oficiais; mas o esvaziamento da equipe é também apontado
16 de dezembro de 2013 | 2h 07
João VIllaverde e Adriana Fernandes - O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - Depois de coordenar o lançamento de 20 pacotes com
medidas para estimular a economia, o Ministério da Fazenda colocou o
pé no freio. Sem espaço no orçamento para ampliar gastos ou reduzir
receita por meio de cortes de impostos, engavetou projetos
importantes, como a simplificação de dois dos principais tributos
brasileiros, o PIS e a Cofins. Internamente, esse freio é tido como
consequência do esvaziamento de pessoal.
Há apenas dois anos, no fim de 2011, o secretário da Receita
Federal, Carlos Alberto Barreto, anunciou os planos da equipe
econômica para unificar e simplificar os dois tributos. Os estudos
foram conduzidos paralelamente pela Receita, a Secretaria Executiva
e a Secretaria de Política Econômica (SPE). Um ano mais tarde, a
ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, chegou a dizer
que a medida estava pronta.
De acordo com uma fonte qualificada, a simplificação do PIS/Cofins é
emblemática. Depois que Nelson Barbosa deixou a Secretaria Executiva
em maio, a discussão esfriou.
Subsecretarias vagas. Finalmente, o secretário da Receita perdeu
espaço após crises internas abalarem o corpo técnico da instituição.
Além disso, duas das subsecretarias mais importantes - de
fiscalização e política tributária - estão sendo ocupadas por
interinos. A de fiscalização está aberta desde que o titular Caio
Cândido foi exonerado depois de criticar a ingerência externa no
órgão. E-mail com as críticas de Cândido foi vazado para a imprensa.
Os programas de parcelamento especial de débitos com o Fisco,
apelidados de Refis, que beneficiaram grandes empresas e bancos,
foram a gota d'água.
O desarranjo na equipe da Fazenda chegou também ao Tesouro Nacional.
O secretário Arno Augustin enfrentou pressão dos seus coordenadores
que, em reunião tensa no fim de novembro, cobraram mudanças na
política fiscal e maior transparência.
Criticado pelas manobras fiscais, Augustin conta ainda com o apoio
da presidente Dilma Rousseff, mas seu prestígio e influência são
menores.
A presidente ficou insatisfeita com o fato de descobrir pelo Estado
dos termos da reunião entre Augustin e seus técnicos, e cobrou
explicações do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Fonte: Sistema Fenacon |