A venda de smartphones no Brasil não
parou de crescer nos últimos anos. Com isso, mais pessoas passaram a
estar conectadas com internet móvel. Por economia, muitas pessoas
não veem a hora de conectar-se a uma rede Wi-Fi. No entanto, isso
pode trazer riscos ao usuário, sobretudo em ambientes em que a
conexão está aberta para todos. Para ajudar os usuários a se
protegerem, o UOL Tecnologia consultou especialistas no ramo para
explicar quais os riscos de conectar-se a uma rede Wi-Fi
desprotegida e quais cuidados as pessoas devem tomar para minimizar
riscos:
Riscos de conectar-se a uma rede desprotegida
De acordo com especialistas consultados pela reportagem, o
principal problema que pode ocorre ao acessar uma rede insegura é a
interceptação de dados. Segundo Thiago Hyppolito, engenheiro de
produtos da McAfee no Brasil, cibercriminosos costumam aproveitar
falhas de seguranças (às vezes dos próprios roteadores, aparelhos
que distribuem a internet) para bisbilhotar as atividades online dos
usuários.
"A interceptação de dados não requer muito conhecimento de
computação. Qualquer curioso acha um tutorial na rede ensinando
isso", disse Hyppolito. "O atacante fica monitorando a rede a espera
de transações bancárias ou de login em redes sociais."
Em função disso, ele não recomenda fazer atividades críticas que
envolvam dados financeiros ou conexão a contas de e-mail.
Em computadores, um dos problemas mais simples é não configurar a
rede Wi-Fi de forma apropriada. De acordo com Rodrigo Paiva, gerente
de produto da D-Link (fabricante de roteadores), além da necessidade
de senha, o usuário deve informar ao sistema operacional que está
conectando-se a uma rede pública e que não quer compartilhar
arquivos com outras pessoas.
Sem esse cuidado, o computador pode ser acessível por qualquer
membro à rede.
No fim das contas, o importante é a pessoa ter a consciência de
sua exposição, sugere Camillo Di Jorge, country manager da Eset,
empresa de antivírus.
"O usuário deve ficar esperto sobre o tipo de informação que tem
em mãos – como fotos íntimas ou arquivos da empresa – e o quanto
isso é importante", alerta. "É necessário ter em mente sobre o que
pode acontecer se essas informações caírem em mãos erradas."
O que o usuário deve prestar atenção
Mantenha o sistema operacional atualizado Constantemente, os
desenvolvedores dos principais sistemas móveis liberam atualizações,
que consertam falhas de segurança. Por isso, é importante que os
usuários estejam com a última versão disponível de seu sistema
operacional e dos aplicativos instalados.
Os aplicativos, geralmente, exibem notificações sobre
atualização. Já os sistemas, nem sempre. Para fazer update da
plataforma, faça No Android: Configurar > Sobre o telefone >
Atualização do sistema.
No Windows Phone: Configuração > Atualizações do telefone.
No iOS: Ajustes > Geral > Atualizações de software.
Evite conectar-se a redes sem senha
Uma rede com senha, além de limitar o acesso, oferece algum tipo
de criptografia aos usuários. Com essa técnica, o tráfego na rede é
todo codificado, para evitar que cibercriminosos monitorem o que
está sendo feito, explica Thiago, da McAfee.
Há ainda casos de redes abertas, mas só liberam o acesso à internet
após a digitação de uma senha. Nesses casos, assume-se que a empresa
responsável oferece camadas de proteção ao usuário.
Utilize uma solução de antivírus
Ter o sistema atualizado ajuda. No entanto, uma solução antivírus
insere mais uma barreira de segurança nos dados do usuário. Além
disso, os programas disponíveis nas lojas de aplicativos contam com
funções extras, como "localização do aparelho", "gerenciamento de
aplicações", "firewall" e "backup".
Navega em redes abertas? Use VPN
Se houver um constante acesso a redes públicas, uma alternativa é
contratar um serviço de VPN (Virtual Private Network). Com esse
processo, o usuário cria uma espécie de "túnel" na internet,
impedindo a intercepção de cibercriminosos e a proteção de dados
trafegados na rede.
Apesar desse chamariz, as VPNs também são usadas para simular
acesso feitos de outros países. Dessa forma, alguns usuários
contratam serviços do tipo para, por exemplo, acessar o acervo de
serviços de streaming que ainda não estão disponíveis no Brasil.
Verifique se a rede é, de fato, do estabelecimento onde você está
Uma tática comum de alguns atacantes é criar redes Wi-Fi próximas
de estabelecimentos públicos. A ideia é tentar chamar a atenção do
usuário com uma rede aberta e com nome semelhante à do local
original. Após a pessoa efetuar o login, os cibercriminosos podem
ter acesso facilmente às informações da vítima.
Fonte: UOL |