Guarda de dados: Maioria dos paulistanos não confia nos
provedores
A maioria dos usuários da internet -86,2% - na cidade de
São Paulo considera que a Lei n° 12.737/2012, popularmente conhecida
como "Lei Carolina Dieckmann", não será suficiente para o combate
aos crimes virtuais. A lei alterou o Código Penal para tipificar
como infrações os delitos digitais e foi popularmente conhecida pelo
fato da atriz brasileira ter sido alvo de uma invasão em seu
computador pessoal, tendo suas fotos divulgadas na internet. 62,3%
dos entrevistados informaram conhecer a respectiva lei, contudo,
ainda há descrença da população sobre a sua aplicabilidade.
O resultado faz parte da 6ª edição da pesquisa 'O Comportamento
dos Usuários na Internet', realizada pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que
será apresentada no VI Congresso Fecomercio de Crimes Eletrônicos e
Formas de Proteção, promovido pelo Conselho de Tecnologia da
Informação da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo (FecomercioSP), que acontece na cidade de São
Paulo, nesta segunda-feira, 04/08.
O levantamento mostra que o porcentual de pessoas que afirmaram
já ter sido vítima ou de ter alguém da família prejudicado por algum
crime digital se manteve estável, passando de 17,9% no ano passado
para 18% nesse ano. Sobre a guarda de registros de acesso para o
auxílio de eventuais investigações de crimes eletrônicos, 79,3%
afirmaram que os sites devem armazenar as informações. O estudo
revela, porém, que apenas 30,4% afirmaram confiar na guarda desses
registros.
Outro ponto relevante é que 66,6% dos entrevistados afirmaram que
não costumam ler integralmente os contratos ou "termos de uso" dos
sites e redes sociais que utilizam. Questionados sobre o receio de
fraudes e ataques de hackers em dispositivos pessoais, 80,8% dos
entrevistados afirmaram temer a ocorrência. Contudo, 34,4% da
amostra disse não utilizar nenhum tipo de ferramenta tecnológica
para evitar a captação de senhas, fraudes ou invasões de
computadores.
A maior parte dos internautas paulistanos, constata o estudo, é
usuário das redes sociais (87,8%). Houve um acréscimo neste ano, em
2013 a pesquisa apontou 84,1%. A mais acessada continua a ser o
Facebook (98,1%), seguida pelo Twitter (14,1%) e pelo Instagram
(12,8%). As três mídias sociais registraram alta em relação ao ano
passado. De segundo lugar no ano passado (25,7%), o MSN/Skype esse
ano caiu para a quinta posição, acessado apenas por 8% dos
entrevistados.
É notório o crescimento da utilização do Facebook, em 2013 o
levantamento registrou 96,8% de adeptos. Em 2010, correspondia a
24%. As mulheres lideram o ranking de acesso e representam 91,9%,
contra 83,6% entre os homens. Todos os níveis de escolaridade
registraram uma grande participação nas redes sociais. A média de
acesso diário é de até uma hora (40,3%).
Realizada no mês de maio, esse ano a pesquisa questionou 1.000
entrevistados no município de São Paulo. O questionário, composto
por 25 perguntas, buscou entender os hábitos dos internautas sobre
compras online, a influência da propaganda na web, o uso das redes
sociais, as ocorrências de crimes eletrônicos, o arquivamento e a
utilização de dados pessoais de usuários por empresas, os usos de
aplicativos e de dispositivos pessoais no trabalho e o
aproveitamento de ferramentas tecnológicas para proteção de
dispositivos.
Nesta edição, a pesquisa traz novas questões que abrangem os
fatores de influência na efetivação de uma compra pela internet, o
valor médio das compras e os principais meios de pagamento
utilizados. Outra novidade do levantamento é o tempo médio em que os
usuários permanecem conectados nas redes sociais.
Fonte: Fecomércio