|
Receita
prepara operação malha fina contra as fraudes no Refis
A Secretaria
da Receita Federal vai fazer uma operação malha fina antes
de homologar os contratos com as 130 mil empresas que aderiram ao Programa
de Recuperação Fiscal (Refis). A Previdência Social
e a Procuradoria da Fazenda Nacional também participarão
da operação.
"Vamos olhar os arquivos, cruzar os faturamentos, ver quais são
as empresas, seus sócios", disse o secretário da Receita
Federal, Everardo Maciel, ao Valor. Nesta primeira fase do programa, as
empresas entregaram, até o dia 12 de fevereiro, a consolidação
de suas dívidas. A secretaria executiva do Refis ainda vai processar
essas informações, averiguar se estão incluídas
todas as dívidas com o fisco e com a Previdência, fazer um
dossiê de cada empresa e, só depois, iniciar a tarefa de
homologação dos contratos, que pode demorar até seis
meses.
O objetivo da malha fina é identificar procedimentos irregulares.
Maciel não confirma, mas técnicos da Receita encontraram
indícios de que algumas empresas fizeram cisões fictícias,
para reduzir o faturamento da companhia que aderiu ao Refis. No programa,
o compromisso da empresa é pagar os débitos renegociados
com base em um percentual do faturamento (até 1,5%). Havendo redução
do faturamento em decorrência de cisão, a empresa poderá
ser eliminada do Refis.
O mesmo ocorrerá com empresas que fizeram a adesão inicial
e depois entraram na Justiça para garantir o direito de não
revelar o faturamento à Receita Federal.
Encerrada a etapa de homologação dos contratos estará
concluído o programa, que Everardo considera vantajoso tanto para
o fisco quanto para as empresas. "Elas saíram do vermelho
e voltaram a pagar Imposto de Renda, gerando um subproduto que eu não
havia programado", afirma.
|
|