Escrituração fiscal digital exigirá maior qualidade dos dados
A partir de janeiro de 2011 todas as empresas que pagam ICMS e
IPI juntos serão obrigadas pelo Fisco a apresentar a Escrituração
Fiscal Digital
Segundo Homero Rutkowski, representante do Conselho Federal de
Contabilidade - CFC nos projetos de criação do Sped e XBRL e
diretor da Tupi Consultoria, a implantação dos procedimentos
fiscais digitalizados promoverá segurança, eliminação de papéis e
excelentes ganhos de tempo e de dinheiro.
A partir de janeiro de 2011 todas as empresas que pagam Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços - ICMS e
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI juntos serão
obrigadas pelo Fisco a apresentar a Escrituração Fiscal Digital -
EFD. Apesar de ser um procedimento simples, as informações que
devem conter nesta documentação, muitas vezes, não estão
disponíveis nos sistemas de gestão das empresas, que seriam o
cadastro de produtos, de clientes, de fornecedores e das
operações.
Para Rutkowski um dos problemas é o volume de informações que
são geradas em uma mesma operação. "Podemos utilizar como exemplo
os dados relativos à compra de produtos. Quando os livros eram em
papel informávamos somente o valor total da nota, bases de cálculo
e os valores creditados de ICMS e IPI, entretanto, no livro
digital além desses dados são informados todos os itens que compõe
essa nota fiscal como: descrição do produto, NCM, valor unitário,
descontos, os valores relativos às bases de cálculo e contribuição
ao Programa de Integração Social - PIS e Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social - Cofins. Se mandávamos 100
informações sobre uma operação, hoje mandamos mil", explica.
Para o representante do CFC, o grande 'nó' está nas informações
que as empresas não sabem que não tem, ou que não apresentam a
qualidade requerida pela fiscalização. Rutkowski sugere ao
empresário que avalie se a lista de mercadorias, matéria-prima,
por exemplo, contém os códigos de produtos do IPI. "Na grande
maioria das empresas não há. E, não existe porque os sistemas de
gestão que as empresas utilizam não contemplam estes dados, que
são para o Fisco, obrigatórios na EFD", observa. Para o empresário
a empresa precisa cadastrar todos os seus produtos em seus
sistemas, de forma a evitar multas e penalizações do Fisco.
Com a implantação dos procedimentos fiscais digitalizados há
maior segurança, eliminação de papéis e excelentes ganhos de tempo
e de dinheiro. "Como a adoção é inevitável, as empresas podem
antecipar os estudos sobre a implantação, verificando a qualidade
dos dados gerados por seus sistemas informáticos, bem como,
regularizar o que for necessário. Acredito que o projeto do
Sistema Público de Escrituração Digital - Sped, que também inclui
a Nota Fiscal Eletrônica NF-e e a Escrituração Contábil Digital -
ECD e a EFD é o mais abrangente e complexo em volume e qualidade
de informações. E esse volume tendo a crescer ao longo do tempo",
conclui Rutkowski.